30 de maio de 2013

Organização promoverá I Seminário de Mulheres Kiriri

       A Associação das Mulheres Indígenas Kiriri – ASSMIK, fonte de organização das mulheres da comunidade de Mirandela, historicamente a comunidade de contexto mais violento para com as mulheres, promoverá nos dias 04 e 05 de Julho de 2013 na Aldeia Mirandela- Banzaê - BA, o I Seminário de Mulheres Indígenas Kiriri, com intuito de promover interação das mulheres de todas as comunidades indígenas Kiriri do estado, cuja estão localizadas no município de Barreiras (Leste) Muquém de São Francisco (Oeste) e Banzaê (Norte) da Bahia. 
“O projeto tem importância para as mulheres Kiriri devido estarmos provando que continuamos lutando pela nossa cultura, nossos costumes, mesmo depois de tantos anos sendo massacradas pela população não índia, no intuito de preservar nossa história, nossa cultura e nossas tradições, através dos rituais, produção do artesanato, da cerâmica culinária, roças comunitárias, caminhada e limpeza dos limites do território, entre outros, ajudando as gerações a valorizar quem somos. No entanto, a presença da mulher nos diversos espaços da comunidade sempre foi fundamental, especificamente na lutas, além, para o engrandecimento do povo Kiriri como muito ainda é colocado por liderança, mas brutalmente invisível para as decisões.
A participação das Mulheres Kiriri não teve visibilidade na luta, onde sempre foram vista como “reprodutoras” para o engrandecimento do povo, a história das mulheres é marcada pela falta de reconhecimento, abandono, pobreza, exclusão social e comunitária, assim algumas chegavam a gerar mais de vinte filhos, sem a condição de estudar e algumas era proibida pelos pais a não estudar, além a distancia que era ir para escola, devido também aos conflitos dos não-índios, a condição de vida precária e o contexto de exclusão total, as mesmas sempre vieram trabalhavam na roça junto aos pais, porém, sempre estiveram inseridas em todas as atividades comunitárias, colaborando com a lenha, a água, cozimento da comida dos diversos momentos comunitários e da ciscagem do roçado. Durante as conquistas das terras a presença delas foi necessária, outras sempre participaram das orientações para Pajé, cacique e demais lideranças que atua nos dias de “concentração”. Algumas que foram violentadas sexualmente foram oprimidas a não tomar atitudes, sendo ainda perseguida pelo agressor, independentemente de ser liderança ou não, quando “desviada” da regra opressora imposta por lideranças/conselheiro da comunidade, era submetida ao castigo no centro da aldeia (em praça) e chicoteada por outra mulher, caso a mesma não cumprissem a ordem era também castigada, para servi de exemplo para demais mulheres, qualquer outra mulher não tinha a capacidade de interceder, terminado este tipo de castigo a vinte sete anos atrás. No entanto, as comunidades permanecem ainda com o silencio das mulheres, marcada pela submissão em relação ao gênero masculino das próprias comunidades e lideranças, especificadamente na comunidade de Mirandela. Desde então, a maioria não senti capaz de muda sua historia, a exemplo de que de todas as lideranças Kiriri das aldeias localizadas no município de Banzaê, não existe uma mulher.
Entretanto, em 2009 ocorre a primeira reunião das mulheres da comunidade de Mirandela para discuti espaço de inclusão e reconhecimento, que por diversas questões como a falta de incentivo e falta de acesso as políticas publicas, que por diversos motivos não dão continuidade, apenas no final de 2011 é ativado encontro, passando a Representação de Mulheres a caluniada, quando também resultar inicio de 2012 à criação da Associação de Mulheres Indígenas Kiriri, a qual através desta possibilitará a autonomia e discussão nas políticas nos diversos espaços, o seminário representam conhecimento e discussões dos direitos constitucionais, assim como afirmação do ser mulher indígenas e fortalecimento das mulheres na comunidade, visando garanti acesso as políticas publicas." (Edilene Batista Kiriri)
O I Seminário de Mulheres Indígenas Kiriri tem por objetivo;
  •  Valorizar a participação das mulheres indígena nas comunidades promovendo espaço de discussão, participação e atuação, assim como as diversas representações sociais, cujo objetivo é conscientizar para auto-reconhecimento de sua autonomia perante o povo indígena Kiriri;
  • Desenvolver políticas que visem garantir os direitos humanos das mulheres indígenas no âmbito das relações domestica e familiares no sentido de resguardá-los de toda forma de negligencia, descriminalização, exploração, violência, crueldade e opressão;
  • Promover espaço de discussão em perspectiva de seus direitos, assim como a socialização das Mulheres indígena Kiriri;
  • Orientar sobre seus direitos e condições para o exercício efetivo dos direitos a vida, a segurança, a saúde, a alimentação, a educação, a cultura, a moradia, ao acesso a justiça, ao esporte ao lazer, ao trabalho, a cidadania, a liberdade, a dignidade, ao respeito e a convivência familiar e comunitária;
  • Desenvolver políticas de inclusão;
  • Estabelecer medidas de assistência e proteção as mulheres em situação de violência domestica e familiar, promovendo garantia dos direitos humanos;
  • Incentivar a liberdade de expressão nos diversos espaços comunitária, como social;
  • Valorizar a presença da mulher indígena no desenvolvimento da história Kiriri.
  • Mobilizar as mulheres das comunidades para organização das ações.
  • Discutir de políticas publica para mulheres, leis e ações;
O evento será aberto para todas mulheres indígenas, assim como contará com a participação de outras mulheres indígenas do estado, visando contribuir com as discussões para fortalecimento e incentivo a participação das mulheres Kiriri.

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